Never Let Me Down Again

Você tem uma banda favorita? Se tem, reparou que não foi você que escolheu?

O convívio com seu artista favorito aparece da mesma forma que começamos a amar alguém.  Escutamos uma música, outra, compramos o disco, outro, todos. Começamos a achar que todas as músicas de todos os discos são ótimas, o convívio torna-se cada vez mais constante, as horas passam e não vemos.

Quando meu primo em 1991 gravou uma fita com um disco ao vivo, instantaneamente ganhei minha banda de estimação. Estava apaixonado! E aí começam os melindres e detalhes: na fita não cabia o disco duplo inteiro, então vamos comprar o disco! Mas o disco vem com 3 músicas a menos que o CD, um tormento, pois ainda não tinha um aparelho de CD. Solução: comprei o aparelho pra ouvir o CD!

E quem acha o CD? Era americano, não vendia no Brasil, mas tinha na locadora. Aluguei por 4 semanas seguidas, quase desapareci com o álbum.

Ter uma banda favorita é não se conformar por ter perdido o show do Brasil, perceber que algo está errado quando o vocalista está errando as letras e que integrantes estão saindo. É apoiar quando depois de 1 minuto morto e ressuscitado por causa das drogas o cantor pede a ajuda do público pra se reconciliar com a vida e a música.

Ou ainda se emocionar ao assistir à versão em vídeo de seu primeiro contato com a banda, quando os integrantes vão às lagrimas por esperarem 20 mil e receberem 80 mil pessoas no último show da turnê, o 101º.

E, é claro, como descontrolado profissional que sou, ter todos os CDs, boxsets, vídeos, DVDs, shows oficiais e piratas, mídias digitais e analógicas.

Quanto ao disco que me tornou fã, tenho em todas as versões: vinil, CD, fita de vídeo, Laserdisc, DVD e super áudio CD. E é claro, na versão mais importante, a fita cassete UX com o nome do disco escrito a mão num papel quadriculado: 101 (CD).

E aí, qual a banda que te escolheu? A minha: Depeche Mode.