quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Drops do fanatismo – parte 2



Completando a série, vai mais um exemplo claro do Marcos Vinicius versão corinthiano demente:

2003: Corinthians x São Caetano

Quando se sai de casa pra assistir a uma partida de futebol, o mínimo que se espera é um pouco de diversão. O problema é que esse tipo de euforia nem passa pela cabeça do torcedor fanático, quando algo o preocupa. E assim foi minha rotina de jogos do timão na temporada 2003.

10 anos depois de quase acabar com a carreira do zagueiro Embu (acesse em http://m-andms.blogspot.com.br/2013/01/drops-do-fanatismo-parte-1.html), estava eu novamente decidido a mostrar toda minha indignação com mais uma péssima contratação alvinegra.

Era o inacreditávelgoleiro Doni, certamente o jogador que deve ter o melhor empresário do universo. Futebol não há, mas seu tino empreendedor o levou ao Corinthians, ao Roma, da Itália e ao Liverpool, da Inglaterra. Ainda foi o goleiro da seleção brasileira na seleção do Dunga. Eike Batista deve ter tomado aulas particulares (como conseguir sucesso!) com esse cara.

09/02/2003 – há 6 meses no time, eu queria morrer que o frangueiro não havia sido demitido, e continuava a usar a sagrada camisa 1. Pra quem viu Ronaldo, Valdir Perez, Carlos e Dida aquilo era um sacrilégio. Meu objetivo na chegada ao Pacaembu não seria apenas xingar o guarda redes, mas sim conseguir uma legião de pessoas que também o fizesse.

Como um pastor, fui juntando seguidores já antes do jogo começar. E minha sorte (não a dele) foi estar exatamente atrás do gol defendido pelo perna de pau (ou mão, talvez...). Um grupinho de aproximadamente 20 torcedores, liderados por mim, o infernizou durante 45 minutos inteiros. Pra piorar o São Caetano tinha feito 1 a 0.

Ainda assim o rapaz se manteve impávido, saiu de campo como se nada tivesse acontecido. Em seu inconsciente sabia que, mudando de lado, seu sofrimento acabaria. Só que não!

Da série não se sabe por que acontece: talvez porque o torcedor fanático tenha mais compromisso que o comum, no meu caso de acabar com o dia do rapaz. Saí por trás do estádio, passei nas bilheterias ainda abertas e pasmem: comprei outro ticket! E alguns minutos antes da volta do segundo tempo lá estava eu do outro lado do campo, quase um candidato a vereador, junto a um novo grupo de fanáticos contra o frangueiro.

Na volta da equipe para o segundo tempo, a vaia dos quase 50 torcedores acabou com sua arrogância. Sim! Ele olhou, e viu que eu estava lá. Talvez sua pior atuação, 2 jogadores expulsos, um frango e São Caetano 3 a 0.

E talvez seja apenas o fanatismo que ainda me pega de vez em quando, mas tenho certeza de que mesmo hoje, jogando na Inglaterra, ele ainda olha pra trás pra ver se não tem, atrás do gol, um fantasma gordinho de boné azul e blusa preta, berrando: Vai embora, saco de penas!

2 comentários:

  1. Doença se perdoa, Vini! E vc está perdoado! -rs - Ótimo texto!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ainda bem q ando mais controlado né Dria? Se bem que minha viagem ao Japão deixa um pouco de dúvida...

      Excluir