domingo, 27 de janeiro de 2013

Mudamos!

Olá amigo leitor!

O M&Ms mudou de nome e de endereço! Virou True!

Agora no www.true-marcosvini.blogspot.com.br

Um abraço!

Marcos Vini



True!



Quem tem mais de 30 anos assim como eu passou pelos incríveis anos 80, que pra mim são um capítulo a parte da história do mundo. Além dos cabelos no máximo do estilo wet look e das ombreiras, as gírias daquele tempo eram algo surreal.

Era comum ouvir os termos bacana, da hora e bagaça (esse pra mim é o melhor de todos, porque podia significar qualquer coisa). Mas nenhum foi mais significativo do que o true. Por algum motivo desde aquela época adotamos essa gíria como uma de nossas favoritas.

Quem me conhece sabe que eu sou a pessoa que mais usa a palavra true no universo. Na verdade o conceito real nem está tão aplicado ao significado real da gíria. Segundo o Adriano, o conceito correto seria Tru. Diria ele:
- Vini, e esse bife à parmegiana, hein? Tru!

E como é bom ter vários conceitos true na vida. A vida propriamente dita é algo true. Ou quando você levanta na terça-feira chuvosa atrasado, olha na janela e vê que é feriado. Muito true!

Quando Freddie Mercury diz que “1 ano de amor é melhor que uma vida inteira sozinho” não há quase nada tão true. Talvez só receber um recado no meio da noite dizendo: “Eu me importo com você”. Já o “eu te amo” é trueinsuperável.

True também pode significar algo completamente verdadeiro. Como por exemplo no show do New Order, em 2005, quando o baixista me viu no segundo dia de show no mesmo lugar do primeiro, à sua frente. E ao invés de jogar as baquetas (não estou louco, ele estava tocando uma bateria eletrônica nesse momento) ele as entregou em minha mão. Algo totalmente true.

Ou ainda saber que o true é quando acontecer, e não se acontecer.

E pra terminar, algo mais do que true. O Spandau Ballet, um ícone dos anos 80, com seus cabelos true, tocando TRUE!



Amigos leitores, e como o true é quase um best-seller na minha curta carreira de escritor, nada mais justo do que renomear o blog. A partir de amanhã, o M&Ms vai virar True!

Estaremos no www.true-marcosvini.blogspot.com.br. Muito obrigado pelos 30 dias de companhia true.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Histórias de Kikovina

Quem me conhece sabe que eu sou alucinado pelos animais, o amor que eu tenho por essas criaturas é maior do que eu tenho por muita gente.

Ter um animal de estimação – eu só tive cães até hoje – é ter um membro da família em sua casa, com a seguinte diferença: eles não brigam, não te julgam, serão fiéis a você todo o tempo. E eles sabem quando a gente precisa de um carinho, mesmo antes de nós mesmos.

Amigo leitor, você que lê meus textos já deve ter visto essa foto aí de cima na capa do meu blog. Hoje alguém me perguntou se essa é minha cachorrinha. Essa era a Kika, foi minha melhor amiga de 2000 a 2006. Será difícil terminar este post sem chorar (muito), mas vale a lembrança das histórias dessa figurinha preta e branca.

Em um domingo do ano 2000, apareceu na minha porta um cachorrinho marrom. Minha mãe que também ama os animais o alimentou e notou que a bichinha (já havíamos descoberto que era uma menina) estava morrendo de frio. Dona Rosa não teve dúvida, mandou o cachorro pro chuveiro, e aí que descobrimos, era branca a vira- latinha.

E não é que essa figura já começou aprontando? Me mordeu, rosnou pro meu outro cachorro, o Flipper, e fugiu pela casa. E foi demitida de seu lar postiço.

Depois de três dias, reaparece a bichinha na porta. Fazia frio, e a chuva cortante também cortou nossos corações. Não tivemos dúvida, ela teve sua segunda chance. Foi o melhor presente de nossas vidas. Kika ganhou um nome e 6 anos de amor.

Algumas histórias da Kikovina ainda não me saem da cabeça quando vejo algum cachorro preto e branco. Como a do dia em que meus pais chegaram do supermercado com o almoço comprado. Bastou um deslize de minha mãe e aquelas 300 g de pernil ao molho voaram da mesa. A malhadinha pegou no ar, deve ter agradecido a todos os cachorros do céu por aquele presente. Passou o domingo mais feliz de sua vida.

Ou ainda em um dia em que a enchente na rua adentrou a garagem de casa. E o cachorro havia desaparecido. Triste surpresa ao vê-la nadando tranquilamente no meio da água barrenta. Minha mãe quase enfartou, mas até hoje morremos de rir.

Essa baixinha, fã de Teletubbies (sim, ela adorava), ficava louca quando as visitas de casa sentavam em seu sofá. E quantas e quantas noites ela fez companhia a meu pai, em suas intermináveis jornadas de entrega de ternos de casamento.

Em 2006 Kika nos deixou. A branquinha teve sopro, doença que aumenta o coração de tamanho. O músculo foi prejudicando sua traqueia, sua respiração tornou-se pior a cada dia, até que no dia 22 de abril nos disse “até logo”. Não sem antes passar algumas horas em todos os cômodos da casa e me esperar da volta do trabalho para morrer.

Segundo minha mãe, eu fiquei atônito, só lembro de não ter conseguido estacionar o carro na garagem de casa naquela noite. E antes que eu chore mais do que já estou, até gostaria de postar mais fotos, mas infelizmente só tenho essa, e a lembrança de ver seu corpinho encaixado entre minha cama de solteiro e a parede todas as noites. Na verdade, acho que ainda ela está lá.







sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

How can I go on


E como em geral - segundo meus amigos - sou uma pessoa contida, vou deixar pro Freddie Mercury  dar o tom dessa sexta feira. Aliás, eu acho que ele sabia desde os anos 80 o tom desse dia...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Primos irmãos




Já citei em um outro post que sou filho único. Também já acostumei com a pergunta tradicional há 36 anos:

- E você nunca quis um irmãozinho?

A resposta de hoje seria não, pois já tenho o meu. Como a família é pequena e de filhos únicos, os primos acabam sendo mais próximos que o tradicional nas famílias grandes. A partir daí que ganhei meu irmão, chamado Mauricio Jabur.

Segundo o Mauricio – mesmo sendo brincadeira acho completamente verdade – ele nasceu anos antes só porque ia preparar a minha chegada. E de certa forma isso acontece até hoje. Esses 4 anos e meio de diferença fazem com que ele seja meu referencial em boa parte da vida.

Foi com ele que conheci boa parte das músicas que gosto hoje em dia. Note como isso é importante, pensou ter um referencial que gostasse de Michel Teló? Surreal. De sua coleção de discos saíram o synthpop e eletrônico, referencia fundamental no meu gosto rock/pop. E quem me conhece sabe que eu sou movido pela música.

Seu humor azedo, porém muito inteligente, me influenciou completamente nas atitudes rasgadas que ácidas que costumo ter. E uma coisa que aprendi nas nossas conversas madrugada adentro, entre os filmes Cult que assistíamos no videocassete preto e branco e as pizzas de muçarela que vendiam no luminoso verde (eu nunca saberei o nome dessa pizzaria): seja verdadeiro, sempre.

Já que citei a inteligência, será difícil você conseguir conversar de algum assunto que ele não conheça. Mesmo quando estiver em Miami, em uma rede de supermercados, querendo comprar pilhas palito de fabricação própria, pois ele terá lido um teste de pilhas que comprovam que essa marca não deixa em nada a desejar frente a mais vendida. Se a sua pergunta foi inevitável, assim como a minha, a resposta é: - Sim! Ele lê tudo nesse mundo, inclusive um teste de pilhas.

E o principal. Uma vez seu amigo, é o cara que não vai te abandonar. Estará disposto a passar 16h na fila só porque você quer ver o U2 na grade, vai te acompanhar ao Japão pra ver o Corinthians, mesmo sendo juventino. Vai te ligar em momento ruim da vida, depois que você - por um capricho -  deixou todos os seus amigos pra trás e te dizer:

- Vamos lá hombre, é hora de seguir em frente.

Ainda bem que existiu o 24 de janeiro de 1972. Feliz aniversário, meu irmão.







 1995



2001


 2012





quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O prudente



Estranhamente mudou os hábitos. Naquele fim de ano no Caribe, sentou-se na varanda do resort e fez planos... de fazer planos.

Chegou em casa, montou planilhas, definiu metas, resolveu que iria trocar o apartamento. Viagens? Só com programação de um ano, no mínimo. Dívidas de cartão então, nem pensar.

Conversou com o patrão para aumentar seu número de horas extras no trabalho, já que seu happy hour era semanal e não mais diário. Afinal, era mais prudente.

Começou a correr três vezes por semana, ao invés de duas, e deixou a companhia fiel dos amigos de parque, pois todo domingo eles comiam uma massa. E isso não era prudente.

Vendeu sua coleção de carrinhos matchbox que tinha desde 1983, pois julgou que o dinheiro daquelas recordações de infância valeriam mais do que o espaço ocupado na casa de seus pais. Isso sim era prudente.

Porém, veio o acaso. E conheceu a moça dos seus sonhos. Linda, especial, muito à frente de seu tempo. Apaixonou-se. Mas era sua colega de repartição. Lutou consigo mesmo a cada dia para não encontrá-la mais, até mudou de turno. Seus pensamentos ainda o traíam, mas tentou ser forte e nem sonhar com ela. Porque definitivamente isso não era prudente.

E naquele 11 de outubro na sua volta pra casa pelo mesmo caminho de todos os dias - afinal, ele não iria viajar naquele feriado – encontrou-a, e ela não era tão prudente. O acidentefoi inevitável.

Nesse último mês o irmão se mudou para o apartamento recém-comprado para acompanhar as reformas e vender. As passagens pra Europa chegaram pelo correio, programadas para abril do ano seguinte. Estão tentando ainda transferir pros seus pais.

Aquele apartamento alugado no Largo do Machado, no Flamengo, sua demissão no emprego e a transferência dela para um cargo menor encheram-no de dívidas, nem um pouco prudente. E ele é feliz, muito feliz.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A zona da amizade

Amou. Como nunca. Não era seu primeiro, mas certamente o maior amor. Sabia que ao lado dela passaria toda sua vida. Agradeceria a cada dia por tê-la conhecido naquela festa que não queria ir.

A troca de olhares e a conversa, intermediada pelo colega de classe dela era a melhor coisa que já lhe havia acontecido. Foi uma questão de tempo, pouquíssimo tempo.

Os telefonemas tornaram-se diários, sempre depois daquela série que se passava nos anos 60, e adoravam. Amava encontrá-la, linda como sempre. Os encontros frequentes o faziam sorrir como nunca. Tudo ia maravilhosamente bem.

Assim passava-se aquele verão. Cada conversa sobre assuntos que ele não conhecia era maravilhosa. Mostrou-lhe o rock’n’roll, passou a amar Genesis por causa de Follow You, Follow Me naquele jantar. Ela, mais velha, cheia de sonhos e metas. Ele, um aprendiz quase fanático.

Sentiu que era a hora de declarar seu amor sem fim, mas não o fez. Talvez em um próximo momento. Nada. Dela, um afago, um abraço, era hora de beijá-la. Deixou passar.

E nem o acaso, que geralmente costuma ajudar, talvez não se conformasse. Entraram na pior fase do relacionamento, pelo menos pra ele: a zona da amizade. Implacável, um buraco negro. Uma vez nela, jamais se sai.

Feito! Os assuntos já eram diferentes, comentou que iria com um amigo da faculdade à ópera. Ele se roeu. E o tiro de misericórdia:

- É tão bom ser seu amigo!

Chorou feito criança aquela noite, ouvindo as músicas que eles adoravam.

Viu o cara da ópera na casa dela: chorou. Viu o cara da ópera de mãos dadas com ela em sua festa de aniversário: perdeu o chão. Continuaram amigos, talvez soubesse que vê-la, mesmo nessas condições, fosse um alento.

Ainda tentou demonstrar sua paixão por ela mais algumas vezes, em vão. Se afastar poderia ser um remédio, mas não conseguiu. Encontraram-se anos depois, talvez agora o amor explodisse, mas a zona da amizade não tem prazo de validade. Mais um encontro flat.

E 20 anos depois - mesmo sabendo que uma vez atingido pelo mal não há volta - olha aquelas fotos guardadas junto das suas coisas de colégio com amor, um bocado de amor. Ainda que lhe tirem o chão.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quanto tempo?


- Viver é bom! - adoro isso, sempre que o Adriano me fala.

E eu gostaria de complementar: a vida é boa.

E boa por um único motivo: temos tempo.

Mesmo se nos restar um dia, é muito bom ter esse tempo pra viver. Se até hoje achamos que não valeu a pena, basta dar a cara pro vento, olhar pra frente e seguir, afinal, ainda dá tempo.

Se achamos que valeu a pena, também é ótimo. Podemos viver todo o resto da vida guardando as lembranças boas e tentando mantê-las, porque temos tempo.

Mesmo tendo gente que queira parar no tempo, eu prefiro seguir. E, matemático que sou, adoro não poder mensurá-lo. A única coisa que sei: quanto mais tempo, menos experiência e menos inocência me resta.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Chinelo, o empresário



Terceiro ano de faculdade. Seu curso não metia mais medo, as matérias eram difíceis, mas ele sabia que aguentaria. O cabelo comprido e a namorada que fazia biologia o encorajavam ainda mais a acabar logo com o curso. Ainda mais agora que havia comprado um carrinho usado com o dinheiro das aulas particulares, sabia que precisava seguir logo o caminho do trabalho.

E o melhor de tudo, havia se livrado de seu companheiro – sua pedra no sapato, na verdade – Chinelo, aquele cara que achava que pra passar na faculdade era só dar um jeitinho, fazer qualquer coisa bizarra nas provas e se dar bem no fim do semestre.

Sua primeira impressão é que aquele ano não seria difícil, apesar da recomendação e da quantidade de veteranos que faziam as matérias pela segunda vez. Havia gostado em especial de um professor. Sua filosofia era interessante:

- O mais importante da minha matéria é que o aluno saiba se sobressair às dificuldades. É somente isso que ele precisa para crescer em uma grande empresa.

Assim começou. Ele percebeu que os que faziam o curso novamente estavam certos. Cálculos, planilhas de custo e receita, impostos etc. 2 semanas e ele estava na mesma situação de sempre. Não sabia nada. 1,5 na primeira prova:

- Professor, estamos tendo muitas dificuldades com sua matéria nesse semestre, o senhor poderia nos ajudar?
- Caro amigo, lembre-se: o mais importante é que o aluno saiba se sobressair às dificuldades encontradas. Pense nisso.

Tentou se sobressair, mas não deu. Foi enterrado! 1,5 novamente. E pra piorar encontrou no dia da prova o Chinelo: - Calma, nessa matéria tudo se resolve, eu mesmo nem me matriculei esse ano porque é tudo muito tranquilo...

Seu misto de raiva e desespero o acompanharam até a terceira prova. Naquela manhã desmarcou suas aulas particulares, juntou-se com os amigos na biblioteca. Ganhou confiança: - Agora vai.

Novamente da série tradicional não se sabe por que acontece: faltando 20 minutos pra prova, aparece o Chinelo, completamente preocupado:
- Acabei de descobrir que estou matriculado nessa matéria! Você pode me ensinar, que tal?

Riu. Gargalhou. Como conseguiria em 20 minutos? Porém sua quase vocação de professor não ia deixar o rapaz da sandália:
- Vamos fazer juntos esse primeiro exercício. O que você conseguir associar com a prova está ótimo!
- Maravilha, vou decorar esse exercício na íntegra.

Claro que ele sabia que não ajudaria, mas a cara de felicidade do descalçado era evidente, nem valeria a pena contrariá-lo.

E chegou a hora. Pelas caras de todos aos 10 minutos de prova já soube. Era zero na certa. Ao ler a prova, resolveu que era melhor esperar o tempo mínimo pra sair e entregar em branco, seria menos humilhante.

Estranhamente o Chinelo fazia a prova loucamente. E escreveu muito, pediu até uma folha adicional. Foi o último a sair. Saiu feliz, com a cara do empresário que fechou seu maior negócio da vida.

Dia de entrega de notas. Até o gato de estimação da faculdade estava triste. Sabia que não havia conseguido. Ouviram o sermão:

- Gostaria de dizer que muitos de vocês não souberam se sobressair às dificuldades, por isso não conseguiram passar. Porém preciso fazer uma menção honrosa a esse rapaz, que terá um futuro brilhante em qualquer empresa. E apontou o Chinelo.

- Você, meu filho, será um dos maiores. Qualquer dificuldade será vencida, gosto muito de seu estilo. Nota 10!

Eis a prova do sem sapato: Professor, esse exercício da prova eu não sei, mas esse aqui eu sei.Copiou o enunciado e a resolução do problema que havia aprendido 20 minutos antes. O professor amou, achou que isso sim era a demonstração de força do futuro empreendedor.

Mais uma matéria perdida. E o valeu pela ajuda, hein! ? Teve certeza que deveria ter virado hippie...

sábado, 19 de janeiro de 2013

Pro gol?





Quando se é filho único, sua infância é um pouco diferente da tradicional. Não é sempre que temos alguém todo o tempo em casa, como aconteceria na presença de um irmão. Quando ouço histórias de irmãos geralmente acho muito interessante, pois é algo que nunca vi na vida.


Mas não é isso que impede que sua infância seja cheia de histórias e lembranças. Como meu pai sempre trabalhou em casa – ele é alfaiate – muitas das peripécias que aprontei tive o Babi do meu lado.

Essa semana, ao procurar um livro no meu armário, encontrei minha coleção de jogos de botão. E vê-los há quase 20 anos sem uso me trouxeram um misto de nostalgia e alegria ao saber que esse divertimento atravessou minha infância e boa parte da adolescência.

Jogar botão era o meu divertimento favorito há 25 anos. E talvez tenha se tornado o predileto porque também foi o de meu pai quando criança. Suas histórias de como criar os botões com vidro de relógio e botões de paletó eram fascinantes. E, em meados dos anos 80, uma vez ele me trouxe dois jogos novinhos, comprados na feira de domingo. Pronto, paixão instantânea.

O futebol de mesa virou uma febre da infância. Comecei a colecionar os times, os botões que comprava já não eram os da feira, e sim algo mais oficial. É claro que tinham os preferidos, os que davam sorte, e os que não gostávamos. Organizar campeonatos era a minha parte favorita, todas aquelas tabelas talvez tenham me levado, mesmo que inconscientemente, à carreira de exatas.

O mais interessante, porém, é que recordo com mais saudades dos fatos que antecediam os clássicos do futebol de mesa. Como meu pai sempre trabalhou até tarde, os encontros futebolísticos aconteciam aos sábados, dia que ele encerrava suas atividades mais cedo. E eu, como desesperado que sempre fui, desde o final da tarde já organizava todos os botões do dia, limpava o campo, separava as tabelas e fazia as estatísticas da rodada anterior.

Lembro que ficávamos sentados em seu quarto de costura conversando sobre todos os assuntos, desde o Corinthians até as noticias que ele ouvia – e ainda ouve – em seu rádio Motoradio que quase sempre o acompanhou (agora ele tem um novinho que veio do Japão).

Com o passar dos anos os botões ficaram pra trás, empoeirados, ásperos, sem vida. Talvez minhas conversas com o Babi também tenham ficado menos frequentes, e um pouco empoeiradas. E como hoje é sábado já me decidi. Talvez não haja jogo, mas vai ser uma delícia levar aquela caixa cheia de botões e sonhos infantis pra seu quarto de costura, deixar tudo preparado, ouvir seu rádio novo, as contratações do futebol, e principalmente, seus conselhos preciosos e ponderados que me fizeram, de maneira muito eficiente, o homem de hoje.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Everyday I Have the Blues




Já citei em um post anterior que a energia de um show ao vivo é algo que renova a alma. Quando você é o músico do show, a sensação é um pouco diferente, mas igualmente deliciosa. Agora a sensação de ver os amigos no palco é duplamente boa, justamente porque temos certeza que um show feito aos amigos atinge diretamente nosso coração. É uma troca, e não uma apresentação.

Assim tem sido os encontros - agradabilíssimos - com os amigos Edu Gomes e Adriano Grineberg. O Adriano Grineberg Quarteto, formado também por Rodrigo Jofre e Sandro Grineberg é, definitivamente, um bálsamo nesse universo da música que se diz atual, por sinal, horrível.

Passar cerca de 3 horas ouvindo nossos amigos executarem com maestria Jimmy Johnson, Elmore James, Ray Charles e Elvis, passando pelos Beatles, BB King e com leves pitadas de Tim Maia, é quase como entrar em um universo paralelo. O mais delicioso é perceber que desde o engravatado chato até a mocinha modernete entram absolutamente no clima do blues. E tem gente que diz que é repetitivo e chato.

Preciso destacar, mais como fã do que como amigo, e talvez um pouco frustrado por não ser tão solto no palco, as atuações de Edu Gomes e Adriano Grineberg. Edu, com seus solos perfeitos, quase matemáticos, é o Jedi da banda. Com tanta gente que vi ao vivo, ainda me impressiona seu jeito leve de tocar guitarra. Quase uma extensão do corpo.

Ao Adriano cabe toda a alegria e animação do show, é o cara que vai fazer você levantar da mesa ou tirar sua namorada pra dançar (mesmo que ela seja apenas uma cadeira). Impossível ficar com cara de ai que saco quando ele resolver fazer seus solos de piano (incluindo o pé – rs) ou desfilar com sua escaleta pelo meio da plateia.

E o melhor: ver que aqueles caras do palco não irão embora correndo pro hotel, sem um aceno sequer. É saber que todas as quintas depois do show teremos muita conversa sobre seus instrumentos novos, suas aulas de baixo, sobre o CD que chega, o Corinthians e suas crises de pressão. Whole Lotta Shakin’ Goin On meus amigos !


Quer experimentar? Todas as quintas de janeiro às 21h na Cervejaria nacional, em São Paulo. http://www.facebook.com/adrianogrineberg.ii


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Vamos a Bebadroski?





Já faz alguns anos que meu primo Mauricio insiste na busca pela origem de nossa família. E depois de pelo menos 10 anos de encontros e desencontros, conseguimos nos dedicar a isso, inclusive para que pudéssemos obter nossa cidadania europeia.

Tenho que reconhecer, fui menos assíduo do que meu primo nesse processo. O Mauricio é o grande responsável em encontrar os documentos de nossas mães, procurar parentes que tinham os documentos da família, mas não queriam ser achados, fazer a pesquisa da cidade natal de nossos avós e bisavós. Foi sua verdadeira caça ao tesouro.

Mas, como toda caminhada, tivemos alguns problemas. Em um deles só o acaso poderia resolver. E foi isso que aconteceu.

Antes de tudo, preciso posicioná-lo, amigo leitor, em uma versão resumida de tudo o que aconteceu. Minha família é de ascendência húngara. Meus bisavós chegaram ao Brasil em 1927, com 3 de seus 4 filhos (uma delas nasceria aqui no Brasil).

Porém um dos grandes problemas são as transcrições errôneas de nomes e cidades de origem desses nossos familiares. Ainda pra piorar toda a situação, a Hungria perdeu a primeira guerra e cedeu espaço de seu território à Sérvia, Croácia, Romênia, Tchecoslováquia e União Sovietica. Enfim, o processo é longo e bem complicado, praticamente um quebra-cabeças.

E o que quer dizer Bebadroski? Se você não sabe, não tem problema nenhum, porque nem o Google sabe. Na busca pelos documentos, minha tia liga e diz que a cidade de meu avô era Bebadroski. O comentário azedo, não meu dessa vez, inevitável:

- Só se você estiver Bebadroski!

Pior de tudo é saber que a carteira de estrangeiro do vovô tinha mesmo como cidade natal: Bebadroski! E quem acha agora a tal da cidade? Graças à ajuda de um grande amigo no consulado húngaro, o Gabor, o mistério foi desvendado. Em uma busca quase surreal, eu, o Mauricio e o Gabor passamos uma manhã inteira procurando em um livro cidades que tinha pronúncia parecida com a tal Bebadroski. Nada...

Algumas semanas depois, nosso amigo Gabor, em um almoço, nos sugere que talvez Bebadroskifosse uma abreviação. Imagine a cena, um escrivão registrando os imigrantes que acabaram de desembarcar do navio, falando húngaro. Era de se esperar que se escrevesse qualquer coisa no documento.

E não é que o deus Gabor da imigração hungaresa estava certo. Bebadroski poderia ser B. Badroski! Mais uma manhã de café e busca no livro das cidades da Hungria. Encontramos uma cidade chamada Batinjani Podborski. B. Podborski? Era possível.

Um telefonema e contratamos um despachante na Hungria, que rodou 700 Km para verificar no cartório da cidadela se lá estava o meu avô. E em um vilarejo de incríveis 8 casas, descobrimos onde a família Kerekes teve seu segundo filho. Estava desvendado nosso mistério.

Ainda não sabemos se temos parentes na Hungria nem se todas as casas existem. Mas em julho já combinamos: temos que visitar lugar tão escondido e peculiar. E aí, vamos a Bebadroski?

Batinjani Podborski - 2012


Minha bisavó Rozalia, Minha tia avó Barbara e meu bisavô Sandor Kerekes






quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Drops do fanatismo – parte 2



Completando a série, vai mais um exemplo claro do Marcos Vinicius versão corinthiano demente:

2003: Corinthians x São Caetano

Quando se sai de casa pra assistir a uma partida de futebol, o mínimo que se espera é um pouco de diversão. O problema é que esse tipo de euforia nem passa pela cabeça do torcedor fanático, quando algo o preocupa. E assim foi minha rotina de jogos do timão na temporada 2003.

10 anos depois de quase acabar com a carreira do zagueiro Embu (acesse em http://m-andms.blogspot.com.br/2013/01/drops-do-fanatismo-parte-1.html), estava eu novamente decidido a mostrar toda minha indignação com mais uma péssima contratação alvinegra.

Era o inacreditávelgoleiro Doni, certamente o jogador que deve ter o melhor empresário do universo. Futebol não há, mas seu tino empreendedor o levou ao Corinthians, ao Roma, da Itália e ao Liverpool, da Inglaterra. Ainda foi o goleiro da seleção brasileira na seleção do Dunga. Eike Batista deve ter tomado aulas particulares (como conseguir sucesso!) com esse cara.

09/02/2003 – há 6 meses no time, eu queria morrer que o frangueiro não havia sido demitido, e continuava a usar a sagrada camisa 1. Pra quem viu Ronaldo, Valdir Perez, Carlos e Dida aquilo era um sacrilégio. Meu objetivo na chegada ao Pacaembu não seria apenas xingar o guarda redes, mas sim conseguir uma legião de pessoas que também o fizesse.

Como um pastor, fui juntando seguidores já antes do jogo começar. E minha sorte (não a dele) foi estar exatamente atrás do gol defendido pelo perna de pau (ou mão, talvez...). Um grupinho de aproximadamente 20 torcedores, liderados por mim, o infernizou durante 45 minutos inteiros. Pra piorar o São Caetano tinha feito 1 a 0.

Ainda assim o rapaz se manteve impávido, saiu de campo como se nada tivesse acontecido. Em seu inconsciente sabia que, mudando de lado, seu sofrimento acabaria. Só que não!

Da série não se sabe por que acontece: talvez porque o torcedor fanático tenha mais compromisso que o comum, no meu caso de acabar com o dia do rapaz. Saí por trás do estádio, passei nas bilheterias ainda abertas e pasmem: comprei outro ticket! E alguns minutos antes da volta do segundo tempo lá estava eu do outro lado do campo, quase um candidato a vereador, junto a um novo grupo de fanáticos contra o frangueiro.

Na volta da equipe para o segundo tempo, a vaia dos quase 50 torcedores acabou com sua arrogância. Sim! Ele olhou, e viu que eu estava lá. Talvez sua pior atuação, 2 jogadores expulsos, um frango e São Caetano 3 a 0.

E talvez seja apenas o fanatismo que ainda me pega de vez em quando, mas tenho certeza de que mesmo hoje, jogando na Inglaterra, ele ainda olha pra trás pra ver se não tem, atrás do gol, um fantasma gordinho de boné azul e blusa preta, berrando: Vai embora, saco de penas!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Electric Barbarella




- Vini, Duran Duran é legal né?
- Se eles fizerem show no Brasil você é meu convidado, Dria!

Em janeiro anunciou-se: eles viriam ao Brasil. Maníaco desesperado que sou, fui um dos primeiros a efetuar a compra online. Estava feito, iríamos ao show.

Não tenho lembranças de ter assistido a nenhum show ruim em minha vida (claro que também não fui ver o Michel Teló ou o Calypso, né?), mas em geral só me arrependo dos que deixei de ir, como o Depeche Mode, por exemplo.

A energia dos shows ao vivo é algo maravilhoso, costuma renovar a alma. E a companhia também é algo que sempre faz diferença: ar blazê e sapato social com paletó definitivamente não combinam com um show de banda de rock (talvez no Festival de San Remo...).

Assim fomos. Já saberia que das 7 mil pessoas, 5 mil delas seriam mulheres apaixonadas pelo baixista John Taylor. Cheguei cedo, levei lanche, sentei no chão, ouvi histórias bizarras, declarações de amor à banda, aquela receita de toda fila de show. Não posso deixar de citar o frio e aqueles comentários bacanas que se ouve do cara que ganhou o ingresso:

- Essa banda é aquela daquela música dos anos 80, qual é o nome mesmo?

No caso do Duran Duran existe uma particularidade. O baixista, o baterista e o ex-guitarrista são: John, Roger e Andy TAYLOR, mas não são irmãos ou parentes. Apenas uma coincidência com o sobrenome mais popular do Reino Unido. Adivinhe:

- Nossa, eles são irmãos e tocam juntos há tanto tempo, né? Isso! Era a reencarnação dos Bee Gees (pelo menos não citei o KLB).

Talvez eu esteja sendo azedo demais nos comentários. É claro que eu estava louco pelo show, sou grande fã da banda. Meu amigo Adriano também estava super animado, acesse sua visão do show em http://paciello-ops.blogspot.com.br/.

Quando chegamos ao limite do tormento, abriram os portões. O ingresso de pista vip me garantiu a grade, do lado que eu queria, e sem fotógrafos na frente: um paraíso! Meia hora de atraso na entrada ao palco, pra ingleses? Depois descobri que quem colocou a hora errada no ingresso foi a casa de shows.

Discutir competência de uma banda com 35 anos de estrada seria ridículo. Mas uma coisa que acredito é em seriedade e profissionalismo. E isso se viu nos quase 100 minutos de DD: uma banda que retribuiu a alegria do povo paulista com clássicosque não estavam no repertório, cantou seus hits nos tons originais e esteve preparada para os imprevistos (a engasgada de Simon Le Bon o tirou mais de 5 minutos do palco, porém o show seguiu normalmente com hits instrumentais, liderados pelo baixista).

E depois de 22 anos de shows de rock felizmente ainda tenho a mesma emoção: de ver e ser visto, sem ninguém na sua frente, por aqueles caras que estampam a capa do disco que você comprou com o dinheiro do seu almoço do colégio.

Sobre as músicas do show? Resumirei em 2 momentos: o arrepio ao ouvir as guitarras flamejantes em White Lines e as lágrimas na introdução do teclado em Save a Prayer.







Drops do fanatismo - parte 1


Minha viagem ao Japão deixa evidente que sou corinthiano fanático. Mas preciso me defender, não sou daqueles tipos que fica bradando VAI CORINTHIANS no meio da rua, nem fico na porta do boteco brigando com o torcedor adversário.

Antes de falar do Japão, compartilharei, em 2 posts, momentos épicos da falta de sanidade:

1993: Portuguesa x Corinthians

Fui ao Pacaembu naquela noite de junho com um único objetivo, mostrar toda minha indignação à escalação de um zagueiro do Timão, recém promovido das categorias de base.

Como era ruim. Grosso, desajeitado, o retrato da fase que o time passava. Nem o uniforme do Corinthians prestava naquela época. Seu nome então: Embu era pior que qualquer rima.

E assim passei um pouco mais de 70 minutos do jogo na grade do estádio, em frente à zaga alvinegra, berrando todos os tipos de palavrões e xingamentos a todas as gerações da família do candidato a perna de pau.

Por que só 70 minutos de um jogo de 90? Aos 25 minutos do segundo tempo o zagueiro preparou-se pra rebater a bola da zaga corinthiana. Chutaço! Definitivamente não era seu dia, a bola escapou e saiu pra escanteio.

Não aguentei. Coitada da mãe do rapaz. E ele não aguentou, deixou seu profissionalismo de lado (já que talento não havia), me olhou de longe e descarregou:

- PORRA! NÃO AGUENTO MAIS!!!

Agora eu estava feliz, atingi meu objetivo. Pra piorar a situação, o técnico também não aguentou, o substituiu por um meio campista improvisado. Meu já vai tardedeve ter sido o tiro de misericórdia daquela noite.

Ah, o jogo! O Corinthians ganhou por 2 a 1, mas juro que não me lembrava do resultado. Podia ter sido 12 a 0 para a Lusa, nada me tiraria aquele sorriso adolescente. Já estava levando pra casa os 3 pontos da vitória.

domingo, 13 de janeiro de 2013

O catador de papelão

Ter manias não é simplesmente algo que acontece. Geralmente temos noção do que estamos fazendo, e culpa também. Mas a vontade de mudar aparece somente quando a situação nos aperta.

Por algum motivo guardava caixas de papelão. Som, DVD, vídeo game, celular, minha preocupação nunca foi como manusear o produto novo ou onde colocá-los e sim, onde irei guardar a caixa? Cheguei em um nível que abri-las já era motivo de sofrimento, pois onde já se viu rasgar o plástico que as envolve? Mas eu tinha um argumento (não significa que era válido):

- Se eu precisar vender os produtos, ainda tenho a caixa. Será uma supervalorização.

Agora fundo do poço aconteceu com a minha coleção de CDs. Até o lançamento do iTunes, a aquisição de discos era algo muito mais visual do que musical. Os chamados boxsets, edições especiais com encartes enormes, quase um livro, vinham em lindas caixas de papelão. Então, pra que abrir algo tão exclusivo?

A situação precisou chegar ao limite. E foi graças a ele que meu apego acabou.

Viagem de compras. Sou descontrolado e entupi 3 malas, fora as coisas que tive de deixar, pois não cabiam mais...Tive de me livrar à força das caixas, seria um volume muito grande carregá-las.

Obviamente fui parado na alfândega, e graças à ausência de caixas me livrei de muitos transtornos. Lembro da cena surreal: uma mulher abrindo suas malas e todos os seus eletrônicos com caixa caindo pelo balcão ao lado. O olhar do auditor me lembrou o Discovery Channel: o ataque do guepardo ao cervo indefeso.

Me livrar daquele sufoco felizmente me curou.

E foi uma alegria tão grande na viagem seguinte poder rasgar todos os papelões e jogar no lixo. Ao chegar em casa adorei repetir o ritual. Tomei uma decisão especial ao ver aquele monte de papelão de duas cores indo embora: a partir daquele momento, apego... só pra vida e pra quem faz com que ela seja especial, a cada dia.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A fantástica fábrica de roscas





Sou comilão. Seria deselegante e completamente mentiroso dizer que, pesando 125 Kg, eu não gosto de comer. E, com raríssimas exceções, todo mundo tem um certo prazer em comer, principalmente aquilo de que mais gosta.

Confesso que não era muito fã de doces, trocaria qualquer sobremesa por um suculento bife à parmegiana. Mas essa situação mudou desde o ano passado.

Em agosto viajei a Miami. E tenho um amigo, a tranquilidade em pessoa, que sempre falava dos tais donuts que fabricavam perto de sua casa, aqueles que derretem na boca. Pensei:
- Tá bom, mais uma de suas histórias.

E queimei a língua (nos dois sentidos). A fábrica existia, os donuts eram quentinhos e derretiam na boca. Paixão instantânea de gordo. Do alto do letreiro guardei o nome pra sempre: Krispy Kreme.

Seria covardia tentar descrever a sensação, comparando com o que chamam de donutsaqui no Brasil. O doce era frito na hora, passava por uma calda de açúcar e ia direto pro pacote. Ah, a vendedora ainda pedia desculpas porque estavam muito quentes...

E assim passei felizes 8 dias dirigindo 2 quilômetros todas as noites até a fábrica de delícias. Pasmem: voltei pro Brasil com 12 na mala! E claro, da série não se sabe por que acontece, fui parado na alfândega e tive que explicar o porquê das guloseimas na bagagem (apesar de achar que meu tamanho valia por mil palavras).

Em dezembro fui ao Japão. Ver meu time do outro lado do mundo e visitar um lugar tão lindo já era o bastante pra mim.  Fui visitar Shibuya, a cidade do cachorro Hachiko, e na entrada do shopping vejo o anúncio: era o Krispy Kreme japonês.

Passar a tarde saboreando o doce teria sido algo comum, se não fosse a cara de um dos habitantes locais ao ver dois turistas morrendo de rir com 12 donuts em cima da mesa (levamos 8 deles pra viagem).

Desejos realizados, compras feitas, Corinthians campeão do mundo! Ainda tínhamos uma escala em Istambul, um lugar lindo, antes do regresso a São Paulo. Uma noite pra se aproveitar muito. Paramos pra comer e escuto o Mauricio, meu primo e sócio:

- Nem vou te falar nada...

A foto abaixo acho que ilustra o final da história.